Domingo, 9 de junho de 2013
Festival de Parintins - cidade vermelha e azul - Terra do Boi Bumbá - Amazonas - Brasil
Na época do Festival Folclórico de Parintins, até a natureza parece fazer referência aos bois. É o caso da mungubeira, árvore típica da região, que neste período do ano perde todas as suas folhas e ostenta seus belos frutos vermelhos.
Em contraste com o céu azul, ao vê-la é impossível o turista não lembrar mais uma vez de Garantido e Caprichoso, que, apesar de rivais, se unem para promover um dos espetáculos mais belos do país.
Festival de Parintins
Conta-se que o Bumbá Garantido, isto é, a metade “vermelha” do município de Parintins, teve Lindolfo Monteverde como fundador do “Boi” Garantido. Ainda menino, gostava de ouvir as histórias que sua avó contava. A que mais lhe encantava, eram as lendas do boi de pano que dançava nas noites de São João.
No exército, Lindolfo adoeceu gravemente. Para recuperar a saúde, fez uma promessa a São João Batista que, se voltasse a ficar bom, seu “Boi” jamais deixaria de sair às ruas, pelo tempo que ele vivesse. Ele se recuperou e todos os anos, até os dias de hoje, os torcedores do “Boi” se reúnem para rezar e festejar.
O Boi Garantido foi criado branco com o coração vermelho. O nome, Garantido, tem algumas versões para justificá-lo. Uma delas deriva das primeiras brigas entre os “brincantes” (torcedores) de ambos os “Bois”. O chifre do “Boi contrário” cai e Lindolfo, como bom repentista que era, entoa as palavras:
“nosso Boi sempre sai inteiro. Isso é Garantido!”. A outra versão parte de outro repentista, que desafia: “Este ano, se cuide, que eu vou caprichar no meu “Boi”. Lindolfo então retruca: “Pois capriche no seu, que eu “garanto” o meu!”
Já no lado azul do município existe o Bumbá Caprichoso, nascido em outubro de 1913, criado pelos irmãos Cid, que mudaram para Parintins com a esperança de começarem uma vida nova. A coincidência entre os dois “Bois” acontece na promessa.
Na ocasião, os irmãos fizeram também as suas a São João Batista. E tiveram seus desejos realizados. E então cumpriram o prometido: ofereceram um “Boi”, feito de pano, ao santo. Jose Furtado Belém, advogado que teria feito carreira política em Parintins, tinha tido a oportunidade de conhecer a dança do “Boi” quando estivera em visita a Manaus.
Ao encontrar-se com os três irmãos da família Cid e saber sobre “Boi”, gostou da ideia e, juntos criariam o “Boi” Galante. Mas foi só em 1925 que um grupo de pessoas se reuniu com o objetivo de fundar um “Boi Bumbá”.
Um dos presentes, o Coronel João Meireles, teria sugerido colocar o nome de Caprichoso “Boi” que teria visto em Manaus, do qual o coronel seria fã.
O nome Caprichoso teria um significado intrínseco a ele, isto é, pessoas cheias de capricho, trabalho e honestidade. O sufixo “oso”, significando provido ou cheio de. Quando somados, “capricho” mais “oso”, poder-se-ia dizer que é extravagante e primoroso em sua arte.
O “Boi” Caprichoso contava, inicialmente, com uma marujada, como eram chamados os integrantes da batucada, de 20 pessoas. Os símbolos da Marujada eram: a Estrela Maior, o Amo e A Vaquejada. Surge então, o símbolo do Caprichoso: a estrela azul.
Fonte: band/uol
http://www.vocerealmentesabia.com/2013/06/festival-de-parintins-cidade-vermelha-e.html
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