Pesquisadores usam smartphone para diagnosticar doenças oculares
A fotografia da retina é uma parte essencial de qualquer prática oftalmológica. No entanto, as câmeras de fundo de olho comerciais, como são chamadas, podem custar de dezenas a centenas de milhares de reais, tornando a tecnologia fora do alcance da realidade de médicos em locais sem tanta estrutura.
A solução para este problema estava nas mãos dos oftalmologistas o tempo todo. Em um recente estudo agora disponível na internet, pesquisadores do Instituto do Olho e do Ouvido de Massachusetts, Estados Unidos, descrevem uma técnica relativamente simples de retinografia dos olhos humanos e de coelhos usando um telefone celular, um aplicativo de baixo custo para o smartphone e instrumentos rotineiros, disponíveis em uma clínica oftalmológica.
“Nossa técnica fornece um método mais simples e de maior qualidade para produzir de forma mais consistente excelentes imagens de fundo de olho do paciente”, garante o autor principal da pesquisa, Shizuo Mukai, especialista em retina do Instituto do Olho e do Ouvido de Massachusetts e professor de oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, EUA.
Segundo Mukai, a técnica tem sido extremamente útil para a medicina no cenário do departamento de emergência, em consultas regulares e durante exames sob anestesia, uma vez que fornece uma opção mais barata e portátil para o registro de imagens de fundo de olho com alta qualidade, tanto para documentação quanto para a consulta dos médicos. “Esta técnica é bem tolerada em pacientes acordados provavelmente porque a intensidade da luz utilizada é geralmente muito inferior à usada na oftalmoscopia indireta padrão”, ressalta.
Ao utilizar a técnica descrita de retinografia com smartphone que requer o uso de um iPhone 4 ou iPhone 5, do aplicativo “Filmic pro”, de uma lente 20D com ou sem a lente Koeppe os pesquisadores foram capazes de capturar excelentes imagens e de alta qualidade, tanto em crianças anestesiadas quanto em adultos acordados.
Os melhores resultados foram obtidos na sala de operações, quando uma lente Koeppe foi utilizada em conjunto com a lente 20D. No entanto, imagens ótimas também foram feitas apenas com a lente 20D nas consultas de rotina da clínica e na sala de emergência, bem como na sala de operações. Os pesquisadores relatam que até mesmo os residentes de oftalmologia do primeiro ano foram capazes de dominar esta técnica em um período relativamente curto.
“Ela é relativamente barata e simples de aprender, e aproveita a expansão das redes de telefonia móvel para a telemedicina”, considera Mukai. “Esperamos que a qualidade das imagens produzidas por meio desta técnica continue a evoluir à medida que melhorem as resoluções das câmeras em smartphones, com sensores maiores e melhor estabilização de imagem sendo incorporados nos telefones mais novos”, completa. [Medical Xpress]
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