Sempre na minha mente e no coração...

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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Santo Agostinho - Vida e Obra

Vida e Obra


SANTO AGOSTINHO
Santo Agostinho nasceu em Tagaste, norte da África, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de Patrício, pagão e voltado para o materialismo da época, e de Mônica, profundamente cristã, que depois se tornaria santa. A influência dos pais foi muito grande, primeiro a de Patrício, depois a de Santa Mônica.
  • Estudante e Professor
Agostinho realiza os primeiros estudos em Tagaste, indo depois a Madaura. 

Aos 17 anos vai a Cartago, onde Romaniano, amigo do pai, o ajuda e se torna seu protetor; durante três anos se dedica ao estudo e à leitura de livros, entre os quais destaca-se o "Hortênsio" de Cícero, que o impressiona profundamente.
Aos 20 anos volta a Tagaste como professor, com uma mulher e um filho, Adeodato, retornando pouco depois para Cartago também como professor. Depois torna-se professor em Roma e, a seguir, vai para Milão, onde ganha a cátedra de retórica da casa imperial e desenvolver também a atividade de professor de retórica.
Agostinho sentia, apesar de tudo, seu coração vazio, inquieto. Não era feliz. Procurou a felicidade em muitos lugares, mas não a encontrava. Seu coração inquieto não achava a verdade e a paz que desejava. Sua mãe encontra-o em Milão e anima-o a freqüentar as pregações de Santo Ambrósio.

  • Conversão
Foi uma longa caminhada e luta para transformar seu coração, mas no mês de agosto de 386, meditando no jardim, ouve uma voz de criança que diz "Tolle et lege" (Toma e lê) e tomando as Cartas de São Paulo lê: "Não é nos prazeres da vida, mas em seguir a Cristo que se encontra a felicidade". As dúvidas se dissipam e é neste momento que culmina todo o processo de sua conversão. Encontrando Deus no seu coração achou a felicidade, a paz e a verdade que procurava. No ano seguinte, na Vigília da Páscoa é batizado.

  • Vida em Comunidade e Tarefa de Bispo
Agostinho decide voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e o estudo. Mas no ano 391, de visita na cidade de Hipona, é proclamado sacerdote pelo povo e ordenado padre pelo bispo Valério. Quatro anos depois é consagrado Bispo da cidade, daí o nome de Agostinho de Hipona.
Ele vive em comunidade, tentando seguir o ideal das primeiras comunidades cristãs, na pobreza e na partilha. A comunidade eclesial de Hipona estava formada em sua grande maioria por pobres. Agostinho se fazia a voz destes pobres, falando por eles na Igreja, indo até as autoridades para interceder por eles e ajudando-os naquilo que podia. Entre as funções que o bispo tinha estava a de administrar os bens da Igreja e repartir o seu benefício entre os pobres, também a de acolher os peregrinos, ser protetor dos órfãos e viúvas... Agostinho realiza todas elas como um serviço aos pobres e à Igreja. Também tinha o bispo que exercer a função de juiz, tarefa que desagradava em extremo a Agostinho, mas que também exerceu com objetividade, justiça e caridade.
  • Escritos
Agradava muito mais a Agostinho a prática da oração, o estudo e escrever. Agostinho escreveu um enorme número de obras: um total de 113, sem contar as cartas -das quais se conservam mais de 200- e os Sermões. A maior parte das obras de Santo Agostinho surgiram por causa dos problemas ou das preocupações que atormentavam a Igreja do seu tempo; é por isso que em suas obras estão presentes as polêmicas em que ele mesmo esteve envolvido, principalmente contra os manoqueis (seita da qual ele mesmo fez parte antes da conversão e que defendia um confuso dualismo cósmico - o bem contra o mal sempre em conflito um com o outro- e desvalorizavam de forma perversa tudo o criado), os donatistas (que atribuíam a eficácia dos sacramentos unicamente ao ministro, negando sua ação, como sinal eficaz da graça e ainda se consideravam a "Igreja dos santos") e os pelagianos (que defendiam que o homem se salva por suas próprias forças, sem precisar da graça de Deus). Além destas obras destinadas a combater os adversários e inimigos da Igreja, Agostinho escreveu outras de diverso conteúdo: no campo exegético (principalmente os Comentários ao Gênesis, São João e os Salmos), no dogmático ("Sobre a Trindade"), no Pastoral ("Sobre a Catequese dos simples"). Mas, dentre todas as obras, destacam dois pela genialidade: "A Cidade de Deus", que representa a primeira tentativa de fazer uma interpretação cristã da história, e "As Confissões", onde Agostinho manifesta sua fraqueza, que gera o mal, e a Deus, fonte de todo bem e Verdade absoluta; as "Confissões" são um louvor à Graça de Deus. A obra e o pensamento de Agostinho ultrapassam os limites de sua época e exercem uma grande influência na Idade Média e também na nossa época. A influência de Agostinho acontece nos diversos campos do pensamento, da cultura e da vida religiosa. Agostinho morreu no dia 28 de agosto do ano 430 e seus restos, depois de longa peregrinação descansam na cidade de Pavia, no norte da Itália.
Abaixo segue tabela com as obras com as quais Agostinho presentou a humanidade.
DATAS
TÍTULO ORIGINAL (EM LATIN)
ASSUNTO DA OBRA
386
Contra academicos
Contra os céticos
386
De beata vita
A vida feliz
386
De ordine
A ordem
386/387
Soliloquia
Solilóquis
386/387
De immortalitate animae
A imortalidade da alma
387/391
De immortalitate animae
A imortalidade da alma
387/391
De musica
A musica
387/389
De moribus ecclesiae catholicae et de moribus Manichaeorum
Costumes da Igreja católica e dos maniqueus
387/388
De quantitate animae
A grandeza da alma
388-395
De libero arbitrio
O livre arbítrio
389
De magistro
O mestre (O professor)
389/391
De vera religione
A verdadeira religião
391
De utilitate credendi
Utilidade de crer
392/393
De duabus animabus contra Manichaeos
Sobre as duas almas (contra os maniqueus)
393
De fide et symbolo
A fé e o símbolo
393/394
De sermone Domini in monte
O sermão da montanha
395
De continentia
Sobre a continência
395
De mendacio
Sobre a mentira
396
De agone christiano
A luta (esforço, empenho) do cristão
396-426
De doctrina christiana
A doutrina cristã
396-420
Enarrationes in Psalmos
Comentários sobre os salmos
397-401
Confessiones
Confissões
397-398
Contra Faustum Manichaeum
Contra Fausto, o maniqueu
399
De natura boni
Sobre a natureza do bem
399
Contra Secundinum Manichaeum
Contra Secundino, o maniqueu
99-419
De trinitate
A Trindade
400
De fide rerum quae non videntur
A fé nas coisas invisíveis
400
De consensu evangelistarum
O consenso dos Evangelistas
400
De opere monachorum
O trabalho dos monges
400
De catechizandis rudibus
Instrução dos catecúmenos
400/401
De baptismo contra partem Donati
Sobre o Batismo, contra os donatistas
400
De opere monachorum
O trabalho dos monges
401
De bono coniugale
O bem do casamento
401
De sancta virginate
A santa virgindade
401-415
De Genesi ad litteram
Sobre a interpretação literal do Gênesis
406-430
In evangelium Ioannis tractatus
Tratado do evangelho de João
410
De urbis Romae excidio
A destruição da cidade de Roma
412
De peccatorum meritis et remissione et de baptismo parvulorum
O merecimento e perdão dos pecadores e o batismo das crianças
412/413
De fide et operibus
A fé e as obras
412
De spiritu et littera
O espírito e a letra
413-427
De civitate Dei
A cidade de Deus
414/415
De natura et gratia
A natureza e a graça
415/416
De perfectione iustitiae
A perfeição da justicia
417
De gestis Pelagii
Os procedimentos de Pelagio
418
De gratia Christi et de peccato originali
A graça de Cristo e o pecado original
418
De patientia
A paciência
419-421
De anima et eius origine
A alma e suas origens
420
Contra mendacium
Contra a mentira
420-422
De cura pro mortuis gerenda
Os cuidados para com os mortos
421
Contra Iulianum
Contra Juliano
426/427
Retractationes
Retratações
428
Contra Maximinum
Contra Maximino
428/429
De praedestinatione sanctorum
A predestinação dos santos
428/429
De dono perseverantiae
O dom da perseverança
386-429
Epistulae
Cartas (270 cartas)
393-430
Sermones
Sermões (390 sermões)
http://www.agostinianos.org.br/santo-agostinho

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