Centenário, Municipal volta renovado
Teatro Municipal de São Paulo entra na fase final de seu restauro e está pronto para ser reinaugurado 100 anos depois de sua abertura.
Graziella Beting
Divulgação / SP Turis / Foto: Jefferson Pancieri
Fachada da casa de espetáculos que completa um século de existência
São Paulo, 12 de setembro de 1911. Veículos lotavam o Viaduto do Chá. Homens em fraque e mulheres com seus vestidos longos se amontoavam no saguão nobre do prédio construído por Ramos de Azevedo. Já passava das 22h quando se ergueram as cortinas e, no palco, o barítono italiano Titta Ruffo, conhecido como a “Voce del leone”, entoou os primeiros acordes da abertura da ópera Hamlet, de Ambrósio Thomas. Estava inaugurada a maior casa lírica da cidade, que logo se tornou o ponto de encontro luxuoso da ascendente burguesia paulistana.
A casa de espetáculos foi um marco na evolução da capital paulista, que passava por grandes transformações naquele início do século XX, com a expansão da lavoura cafeeira, o surgimento da indústria e um vertiginoso crescimento populacional. Inspirado nas óperas de Paris e de Viena, o Teatro Municipal pretendia se igualar aos melhores do mundo, e por isso foram chamados fornecedores de toda a Europa para construí-lo. A estrutura de ferro veio da Alemanha; as esculturas de bronze, de Berlim, Paris e Milão; os mosaicos, de Veneza; os mármores, de Siena, Verona e Carrara. E por aí vai.
O tempo passou e parte dessa opulência se degradou. Por isso, neste ano de 2011, em que a casa completa seu centenário, o Teatro Municipal reabrirá suas portas, depois de passar pelo terceiro restauro de sua história (os dois anteriores foram nas décadas de 1950 e de 1980). Essa terceira grande intervenção custou mais de R$ 7 milhões e foi realizada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID.
Durante os dois anos de duração da obra, além de reparos e trabalhos de conservação em geral (piso, pintura, cobertura etc.) foram recuperadas a ala do café e do restaurante, o salão nobre e a fachada do prédio, projetado por Cláudio Rossi. As obras devolveram ao Municipal detalhes de seu projeto original, como o pé-direito de quase 7 metros de altura do restaurante, que havia sido fechado nos anos 1950 para a criação de um segundo piso. O forro dessa sala também teve sua pintura decorativa reconstituída a partir de fotografias do ano da inauguração.
Todos os vitrais do teatro, em sua maioria originais da Alemanha, foram desmontados e recuperados, retornando às suas cores originais que haviam sumido no restauro realizado há quase três décadas.
Na fachada, foram recuperados os elementos decorativos em arenito com pedras vindas da mesma fazendo onde foram produzidas as originais e os ornatos. As peças mais danificadas foram refeitas, ou apenas complementadas usando a mesma técnica empregada na construção. As esculturas em bronze também passaram por uma limpeza, retirando as camadas de corrosão e as manchas.
A última parte das obras está voltada à modernização do palco, que terá o sistema acústico, de iluminação e a estrutura cenotécnica renovados, aumentando a capacidade para aguentar os equipamentos de luz e de som. Uma atualização das instalações para se adequar às necessidades tecnológicas do século XXI.
Ainda não está confirmada a programação para a reabertura, que deve ocorrer em abril – meses antes da data exata em que, há 100 anos, Titta Ruffo inaugurava uma nova fase na vida das damas e cavalheiros da alta sociedade paulistana.
A casa de espetáculos foi um marco na evolução da capital paulista, que passava por grandes transformações naquele início do século XX, com a expansão da lavoura cafeeira, o surgimento da indústria e um vertiginoso crescimento populacional. Inspirado nas óperas de Paris e de Viena, o Teatro Municipal pretendia se igualar aos melhores do mundo, e por isso foram chamados fornecedores de toda a Europa para construí-lo. A estrutura de ferro veio da Alemanha; as esculturas de bronze, de Berlim, Paris e Milão; os mosaicos, de Veneza; os mármores, de Siena, Verona e Carrara. E por aí vai.
O tempo passou e parte dessa opulência se degradou. Por isso, neste ano de 2011, em que a casa completa seu centenário, o Teatro Municipal reabrirá suas portas, depois de passar pelo terceiro restauro de sua história (os dois anteriores foram nas décadas de 1950 e de 1980). Essa terceira grande intervenção custou mais de R$ 7 milhões e foi realizada pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID.
Durante os dois anos de duração da obra, além de reparos e trabalhos de conservação em geral (piso, pintura, cobertura etc.) foram recuperadas a ala do café e do restaurante, o salão nobre e a fachada do prédio, projetado por Cláudio Rossi. As obras devolveram ao Municipal detalhes de seu projeto original, como o pé-direito de quase 7 metros de altura do restaurante, que havia sido fechado nos anos 1950 para a criação de um segundo piso. O forro dessa sala também teve sua pintura decorativa reconstituída a partir de fotografias do ano da inauguração.
Todos os vitrais do teatro, em sua maioria originais da Alemanha, foram desmontados e recuperados, retornando às suas cores originais que haviam sumido no restauro realizado há quase três décadas.
Na fachada, foram recuperados os elementos decorativos em arenito com pedras vindas da mesma fazendo onde foram produzidas as originais e os ornatos. As peças mais danificadas foram refeitas, ou apenas complementadas usando a mesma técnica empregada na construção. As esculturas em bronze também passaram por uma limpeza, retirando as camadas de corrosão e as manchas.
A última parte das obras está voltada à modernização do palco, que terá o sistema acústico, de iluminação e a estrutura cenotécnica renovados, aumentando a capacidade para aguentar os equipamentos de luz e de som. Uma atualização das instalações para se adequar às necessidades tecnológicas do século XXI.
Ainda não está confirmada a programação para a reabertura, que deve ocorrer em abril – meses antes da data exata em que, há 100 anos, Titta Ruffo inaugurava uma nova fase na vida das damas e cavalheiros da alta sociedade paulistana.
Divulgação / SP Turis / Foto: Jefferson Pancieri
A escadaria do foyer, construída com mármore importado da Itália
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/centenario_municipal_volta_renovado.html
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