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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

SÃO PAULO - SÃO PAULO / (continuação II)

São Paulo (cidade) Parte II

Indicadores socioeconômicos

Ver páginas anexas: Lista dos distritos de São Paulo por Índice de Desenvolvimento Humano e Lista de subprefeituras de São Paulo por Índice de Desenvolvimento Humano


Mapa dos distritos de São Paulo poríndice de desenvolvimento humano, de acordo com o Atlas de Trabalho e Desenvolvimento da Cidade de São Paulo - Atlas Municipal, em 2007.[87]
São Paulo possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado (0,841), o décimo oitavo maior do estado e o 68º do Brasil. Porém a distribuição do desenvolvimento humano na cidade não é homogênea. Os distritos mais centrais em geral apresentam IDH superior a 0,900, gradualmente diminuindo à medida que se afasta do centro, até chegar a valores inferiores a 0,800 nos limites do município. Isto se deve a questões históricas, uma vez que a área central, sobretudo a localizada entre os rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí, foi o local onde mais se concentraram os investimentos e o planejamento urbano por parte do poder público.[88] As populações de mais baixa renda, por não terem como arcar com o custo de vida dessas áreas, acabam assim ocupando as áreas nas bordas do município, mais desprovidas de infraestrutura.[89]
O IDH estabelece três critérios para avaliação: o índice de educaçãolongevidade e renda. O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,919 – patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)[7] – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,9%, superior apenas à porcentagem verificada nas cidades de CuritibaPorto AlegreFlorianópolisRio de JaneiroVitória e Belo Horizonte.[90][91] Os melhores distritos classificados pelo IDH em educação são Moema,Jardim Paulista e Pinheiros, os piores são MarsilacJardim Ângela e Grajaú.[87]
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, São Paulo obteve a nona colocação entre as capitais brasileiras.[92] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2007, três escolas da cidade figuraram entre as 20 melhores no exame, sendo os colégios VérticeBandeirantes e Móbile os respectivos terceiro, décimo quarto e vigésimo colocados.[93] Contudo – e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole –, em algumas regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor certas barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se em uma das causas preponderantes à evasão ou ao aprendizado carencial.[94]
No fator renda estabelecido pelo IDH, 11 dos 96 distritos apresentam a maior classificação (1,000), enquanto 14 estão no grupo dos níveis médios, abaixo de 0,700. Em longevidade os distritos de PinheirosMoema e Perdizes lideram a lista e os piores colocados foram MarsilacParelheiros e Lajeado.[95][96]
Pelo Índice de Gini, que mede a desigualdade social, os distritos de Vila AndradeVila Sônia e Tremembé possuem a maior disparidade econômica. Todos os índices são publicados no Atlas do Trabalho e Desenvolvimento de São Paulo, uma ferramenta eletrônica que abriga mais de 200 indicadores socioeconômicos da capital.[87]
Um ranking mundial de qualidade de vida, elaborado pela consultoria internacional em recursos humanos Mercer, aponta a capital paulista na 117ª posição entre 221 cidades e na terceira posição entre as três cidades brasileiras do ranking. O status ecológico em um ranking paralelo aponta a cidade na 148ª posição.[97][98]

Criminalidade

9º DP do Carandiru, uma das cinco melhores delegacias do mundo e a melhor da América Latina.[99]
De acordo com o Estudo Global de Homicídios 2011, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no período entre 2004 e 2009 a taxa de homicídios caiu de 20,8 para 10,8 assassinatos por 100 mil habitantes. A ONU apontou São Paulo como exemplo de como grandes cidades podem diminuir a criminalidade.[100] Índices de criminalidade, como o homicídio, têm diminuído continuamente por 8 anos.[101] O número de assassinatos em 2007 foi 63% mais baixo do que em 1999.[102]
Em 2008, a cidade de São Paulo ocupava a 493ª posição na lista das cidades mais violentas do Brasil. Entre as capitais, era a quarta menos violenta, registrando, em 2006, índices de homicídios superiores apenas aos de Boa VistaPalmas e Natal.[103][104]
Em uma pesquisa sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgada em 2009, São Paulo ficou no 151º lugar entre 267 cidades com mais de cem mil habitantes.[105] Em novembro de 2009, o Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram uma pesquisa que apontou a São Paulo como a capital brasileira mais segura para jovens.[106] Entre os anos de 2000 e 2010, a cidade de São Paulo reduziu em 78% a sua taxa de homicídios.[107] De acordo com dados do "Mapa da Violência 2011", publicado pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, a cidade de São Paulo tem a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes entre todas as capitais do Brasil.[108]

Política municipal

Poder Executivo da cidade de São Paulo é representado pelo prefeito e seu gabinete de secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. A lei orgânica do município e o atual Plano Diretor da cidade, porém, determinam que a administração pública deva garantir à população ferramentas efetivas de manifestação da democracia participativa, o que faz com que a cidade seja dividida em subprefeituras, cada uma delas liderada por um subprefeito nomeado pelo prefeito.[109]
Poder Legislativo é representado pela câmara municipal, composta por 55 vereadores eleitos para cargos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 42 e máximo de 55 para municípios com mais de cinco milhões de habitantes).[110] Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).[111]
Em complementação ao processo legislativo e ao trabalho das secretarias, existem também uma série de conselhos municipais, cada um deles versando sobre temas diferentes, compostos obrigatoriamente por representantes dos vários setores da sociedade civil organizada. A atuação e representatividade efetivas de tais conselhos, porém, são por vezes questionadas. Os seguintes conselhos municipais estão atualmente em atividade: Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA); da Informática (CMI); dos Deficientes Físicos (CMDP); da Educação (CME); da Habitação (CMH); do Meio Ambiente (CADES); da Saúde (CMS); do Turismo (COMTUR); dos Direitos Humanos (CMDH); da Cultura (CMC); da Assistência Social (COMAS) e das Drogas e Álcool (COMUDA).
Pertence também à prefeitura (ou é esta sócia majoritária em seus capitais sociais) uma série de empresas responsáveis por aspectos diversos dos serviços públicos e da economia de São Paulo:
Por ser a capital do estado de São Paulo, a cidade também é sede do Palácio dos Bandeirantes (Governo Estadual) e da Assembleia Legislativa.[118]

Relações internacionais

As cidades-irmãs da cidade de São Paulo estão regulamentadas através da lei nº 14 471/2007.[119]

Subdivisões

LocalizaçãoPopulaçãoÁrea
Zonaest. de 2008em km²
Central'328.59731
Noroeste'1.007.691144
Norte ou Nordeste1.181.582152
Leste 11.212.099140
Leste 21.342.92468,8
Sudeste1.494.770128
Sul2.346.913607
Centro-Sul715.91074
Oeste872.817128
Cidade de São Paulo
10.940.3111509
Fonte:[120]
O município de São Paulo está, administrativamente, dividido em trinta e uma subprefeituras, cada uma delas, por sua vez, divididas em distritos, sendo estes últimos, eventualmente, subdivididos em subdistritos (a designação "bairro", porém, não existe oficialmente, embora seja usualmente aplicada pela população). Os atuais distritos foram criados pela lei municipal nº 11 220 de 20 de maio de 1992, e as atuais subprefeituras pela lei municipal n°13 399, de 1º de agosto de 2002.[121][122] As subprefeituras estão oficialmente agrupadas em nove regiões (ou "zonas"), levando em conta a posição geográfica e história de ocupação. Entretanto, há certos órgãos e instituições (companhias telefônicas, zonas eleitorais, etc.) que adotam uma divisão diferente da oficial.[109] Cabem às subprefeituras os serviços ordinários à população, dessa forma, descentralizando alguns serviços rotineiros.[109]
A divisão política oficial da cidade leva em conta tanto características histórico-culturais dos diferentes bairros de São Paulo como fatores de ordem prática (como a divisão de duas subprefeituras em uma avenida importante). Porém, muitas vezes tal divisão não reflete a percepção sócio espacial que a população local tem dos lugares: há regiões da cidade que não são oficialmente reconhecidas pela prefeitura, de forma que sua delimitação seja informal e abranja diferentes distritos e subprefeituras, mantendo o nome por tradição, contiguidade física ou facilidade de localização. O fenômeno tende a se repetir na cidade inteira e considerado de forma ampla, pode levar a uma não identificação dos moradores com as instâncias políticas locais.[109]
Além da divisão política, há também uma divisão em nove zonas geográficas, cada uma delas representada por cores diferentes nas placas de ruas e na cor dos ônibus que circulam na região. Essas regiões são estabelecidas radialmente, usando apenas critérios topográficos, e, salvo algumas exceções, não têm uma homogeneidade urbana, nem qualquer distinção administrativa, com exceção do centro histórico e do centro expandido, onde vigora o rodízio municipal.[123]
Subprefeituras do município de São Paulo[124]
SubprefeituraÁreaPopulaçãoSubprefeituraÁreaPopulação
1Aricanduva21,5 km²266 838Mapa sp.svg17Mooca35,2 km²305 436
2Butantã56,1 km²345 94318Parelheiros353,5 km²110 909
3Campo Limpo36,7 km²508 60719Penha42,8 km²472 247
4Capela do Socorro134,2 km²561 07120Perus57,2 km²109 218
5Casa Verde26,7 km²313 17621Pinheiros31,7 km²270 798
6Cidade Ademar30,7 km²370 75922Pirituba54,7 km²390 083
7Cidade Tiradentes15 km²248 7622326,2 km²373 160
8Ermelino Matarazzo15,1 km²204 31524Santana34,7 km²327 279
9Freguesia do Ó31,5 km²391 40325Tremembé64,1 km²255 435
10Guaianasenses17,8 km²283 16226Santo Amaro37,5 km²217 280
11Ipiranga37,5 km²427 58527São Mateus45,8 km²422 199
12Itaim Paulista/Vila Curuçá21,7 km²358 88828São Miguel Paulista24,3 km²377 540
13Itaquera54,3 km²488 32729Vila Maria26,4 km²302 899
14Jabaquara14,1 km²214 20030Vila Mariana26,5 km²311 019
15Lapa40,1 km²270 10231Vila Prudente33,3 km²523 138
16M'Boi Mirim62,1 km²480 823

Economia

São Paulo possui o maior PIB dentre as cidades brasileiras, o 10º maior do mundo e, segundo projeção da Pricewater house Coopers, será o 6º maior em 2025.[12] Segundo dados do IBGE, em 2005 seu Produto Interno Bruto (PIB) foi de R$ 263 177 148 000,00, o que equivale a aproximadamente 12,26% do PIB brasileiro e 36% de toda produção de bens e serviços do estado de São Paulo.[125]
Sua região metropolitana possui um PIB de aproximadamente R$ 416,5 bilhões, o que corresponde a 57,3% de todo o PIB paulista.[126] Segundo dados do IBGE, a rede urbana de influência exercida pela cidade no resto do país abrange 28% da população e 40,5% do PIB brasileiro.[127]
A capital paulista é a sexta cidade do mundo em número de bilionários, segundo a listagem da revista Forbes considera como referência o endereço principal dos 1 210 bilionários da lista de 2011 feita pela revista, com base em valores convertidos para o dólar norte-americano.[128] Entretanto, a crise financeira de 2008-2009 afetou a renda média domiciliar per capita dos moradores de São Paulo, que, em 2008, era de R$ 816,40, o que posiciona a cidade na oitava colocação no ranking das capitais brasileiras, atrás de FlorianópolisPorto AlegreVitóriaBrasíliaCuritibaRio de Janeiro e Belo Horizonte.[129] Segundo pesquisa da consultoria Mercer sobre o custo de vida para funcionários estrangeiros, São Paulo está entre as dez cidades mais caras do mundo, classificada na décima posição em 2011, 11 postos acima de sua classificação de 2010, e na frente de cidades como LondresParisMilão e Nova Iorque.[130][131]

Sede do Itaú Unibanco, no bairro do Jabaquara, o maior banco da América Latina e um dos maiores do mundo.

Rua Oscar Freire, na região dos Jardins, eleita a oitava rua mais luxuosa do planeta.[132]
Um dos maiores centros financeiros do Brasil e do mundo, São Paulo passa hoje por uma transformação em sua economia. Durante muito tempo a indústria constituiu uma atividade econômica bastante presente na cidade, porém São Paulo tem atravessado nas últimas três décadas uma clara mudança em seu perfil econômico: de uma cidade com forte caráter industrial, o município tem cada vez mais assumido um papel de cidade terciária, pólo de serviços e negócios para o país. Em São Paulo, por exemplo, está sediada a BM&FBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), a bolsa oficial do Brasil. A BMF&Bovespa é a maior bolsa de valores do continente americano e a segunda maior do mundo, ambos em valor de mercado.[16][133]
O município tem alguns centros financeiros espalhados por seu território, sendo o principal e mais famoso deles a avenida Paulista, que abriga sedes de bancosmultinacionaishotéisconsulados e se impõe como um dos principais pontos turísticos e culturais da cidade. O centro da cidade, que apesar de ter sido ofuscado pelas centralidades econômicas mais recentes, abriga a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo(BM&FBOVESPA), diversas empresas e hotéis. Contudo, existem outras centralidades no chamado vetor sudoeste, como a avenida Brigadeiro Faria Lima e os bairros do Brooklin e Vila Olímpia, na região oeste da cidade, que se destacam por sua intensa e moderna verticalização, pela presença de hotéis de luxo e empresas multinacionais.[134]
Muitos analistas também têm apontado São Paulo como uma importante "cidade global" (ou "metrópole global", classificação dividida apenas com o Rio de Janeiro entre as cidades brasileiras[135]). Como cidade global, São Paulo tem acesso às principais rotas aeroviárias mundiais, às principais redes de informação, assim como sedia filiais de empresas transnacionais de importância global, além de importantes instituições financeiras, mesmo estando conectada marginalmente aos fluxos transnacionais de pessoas, investimentos e empregos.[136]
O urbanista João Sette Whitaker Ferreira, entretanto, considera que a desigualdade social e a segregação espacial descaracterizam São Paulo como uma cidade global.[137] Apesar de ser o centro financeiro do país, São Paulo apresenta também alto índice de negócios ligados à economia informal.[138] Neste mesmo cenário, segundo dados de 2001 da prefeitura do município,[139] cerca de 10% dos paulistanos vivia abaixo da linha de pobreza.
A cidade de São Paulo também tem se consolidado em um polo de comércio de produtos contrabandeados, pirateados e falsificados,[140] em geral localizados em alguns pontos do centro da cidade como a Rua 25 de Março, a rua Santa Ifigênia e áreas próximas a estações de metrô. Os artigos em geral são CDs com versões piratas de softwares, filmes ou álbuns em CD e DVD,[141] ou então acessórios e itens de vestuário, principalmente mochilas e tênis de marcas internacionais, entre outros artigos. Nos últimos anos, porém, tem crescido a apreensão desses artigos pirateados.[142]

Turismo

São Paulo destaca-se mais como uma cidade marcada pelo turismo de negócios que pelo turismo recreativo. Grandes redes de hotéis cujo público-alvo é o corporativo estão instaladas na cidade e possuem filiais espalhadas em várias das suas centralidades. Toda a infraestrutura para eventos da cidade faz com que ela seja sede de 75% principais feiras do país. Dentre as principais, estão o Salão do Automóvel de São Paulo, a Couromoda e a Francal, entre outras.[143]
A cidade ainda promove uma das mais importantes semanas de moda do mundo, a São Paulo Fashion Week, sendo um dos principais centros geradores de tendências em moda.[144]
O turismo cultural também possui relevância para a cidade, especialmente quando se têm em vista os vários eventos internacionais que ocorrem na metrópole, como a Bienal de Artes de São Paulo e os vários shows de celebridades estrangeiras que, quando se apresentam no Brasil, escolhem poucas metrópoles.[143]
A cidade possui inúmeras atividades culturais e uma vida noturna que é considerada umas das melhores do país. Há diversos cinemasteatrosmuseus e centros culturais, alguns atendendo a parcela de maior poder aquisitivo, outros contemplando mais o público popular, o que leva muitos a dizerem que "sempre há um programa para se fazer em São Paulo". A rua Oscar Freire, de acordo com a Mystery Shopping International, foi eleita uma das oito ruas mais luxuosas do mundo,[132] e São Paulo, a 25ª "cidade mais cara" do planeta.[145]
De acordo com a International Congress & Convention Association (ICCA), São Paulo ocupa o primeiro lugar entre as cidades que mais recebem eventos internacionais no Continente Americano e a 12ª posição no mundo, depois de VienaParisBarcelonaSingapuraBerlimBudapesteAmsterdãEstocolmoSeul,Lisboa e Copenhague.[146]
A diversidade de povos e culturas que construíram a cidade faz também com que a rica gastronomia da região seja por si só um grande atrativo turístico. Essa afirmação pode ser comprovada através da ampla variedade gastronômica da cidade, que abrange mais de 50 tipos de culinária. Durante o 10º Congresso Internacional de Gastronomia, Hospitalidade e Turismo (CIHAT) realizado em 1997, a cidade recebeu o título de "Capital Mundial da Gastronomia" de uma comissão formada por representantes de 43 nações.[147]

Infraestrutura urbana

Desde o começo do século XX, São Paulo é o principal centro econômico da América Latina. Com a primeira e a segunda guerras mundiais e a Grande Depressão, as exportações do café aos Estados Unidos e Europa foram fortemente afetadas, forçando os ricos cafeicultores a investir nas atividades industriais que transformariam São Paulo no maior centro industrial do Brasil. As novas vagas de trabalho contribuíram para atrair um número significativo de imigrantes (sobretudo da Itália)[64] e de migrantes, especialmente dos estados do Nordeste.[70] De uma população de apenas 32 mil pessoas em 1880, São Paulo passa a ter 8,5 milhões de habitantes em 1980. O rápido crescimento demográfico trouxe como consequência inúmeros problemas para a cidade.[57]
São Paulo é praticamente toda servida pela rede de abastecimento de água potável.[148] A cidade consome uma média de 221 litros de água/habitante/dia enquanto a ONU recomenda o consumo de 110 litros/dia. A perda de água é de 30,8%.[149] No entanto entre 11 a 12,8% das residências não possui rede de esgoto, depositando dejetos em fossas e valas.[148] Sessenta por cento do esgoto coletado é tratado.[149] Segundo dados do IBGE e da Eletropaulo a rede elétrica atende quase 100% das residências. A rede de telefonia fixa ainda é precária, com cobertura de 67,2%.[148] A coleta de lixo domiciliar cobre todas as regiões do município mas ainda é insuficiente, atingindo cerca de 94% da demanda, em distritos como Parelheiros e Perus.[148] Cerca de 80% do lixo produzido diariamente pelos paulistanos é exportado para outras cidades, como Caieiras e Guarulhos.[150] A reciclagem atinge cerca de 1% das 15 mil toneladas de lixo produzidas diariamente.[150]

Tecidos urbanos


Variação de tecidos urbanos na região dos Jardins, distrito de Pinheiros: lado a lado, áreas verticalizadas e de casario baixo.
São Paulo possui uma miríade de tecidos urbanos. Os núcleos originais da cidade apresentam-se verticalizados, caracterizados pela presença de edifícios comerciais e de serviços; e as periferias desenvolvem-se, de forma geral, com edificações de dois a quatro andares - embora tal generalização certamente encontre exceções no tecido da metrópole. Comparada a outras cidades globais (como as cidades-ilha de Nova Iorque e Hong Kong), porém, São Paulo é considerada uma cidade de "edifícios baixos". Seus maiores edifícios raramente atingem quarenta andares, e a média entre os edifícios residenciais é de vinte. Todavia, é a terceira cidade no mundo em quantidade de prédios, de acordo com a página especializada em pesquisa de dados sobre edificações Emporis Buildings,[151] além de possuir o maior arranha-céu do país, o Mirante do Vale, também conhecido como Palácio Zarzur Kogan, com 170 metros de altura.[152]
São comuns as seguintes regiões, caracterizadas de acordo com seu tecido urbano:
  • Casario composto por sobrados de classe média, recuados em relação ao lote, em bairros predominantemente residenciais ou comerciais.
  • Periferias nas quais a legislação de ocupação do solo é menos respeitada, composta por sobrados ou residências térreas mas com densidade maior que o casario supracitado
  • Bairros de classe média, normalmente localizados em um anel periférico imediatamente seguinte ao Centro da cidade, mas não tão distantes quanto as periferias extremas, ocupados por condomínios verticais (edifícios de apartamentos isolados em meio ao lote, contendo quase 50% de espaço livre e normalmente de acesso privativo).
  • Regiões verticalizadas do Centro da cidade, variando bastante a relação entre a largura da rua e a altura dos edifícios.
  • Novas regiões verticalizadas e com edifícios mais recuados e com maior presença do automóvel (como a Nova Faria Lima e a região da avenida Luís Carlos Berrini).
  • Regiões de condomínios fechados horizontais, de acesso restrito.
  • Regiões tradicionalmente caracterizadas como favelas.

Região verticalizada do Centro da cidade. Na fotografia, em destaque os edifícios do Banco do Brasil (esquerda), Altino Arantes(centro) e Martinelli (direita), o primeiro arranha-céu da América Latina.[153]
Tal heterogeneidade de tecidos, porém, não é tão previsível quanto o modelo genérico pode fazer imaginar. Algumas regiões centrais da cidade passaram a concentrar indigentes, tráfico de drogas, comércio ambulante e prostituição, o que incentivou a criação de novas centralidades do ponto de vista socioeconômico. A caracterização de cada região da cidade também passou por várias mudanças ao longo do século XX. Com o deslocamento de indústrias para outras cidades ou estados, várias áreas que antes abrigavam galpões de fábricas transformaram-se em áreas comerciais ou mesmo residenciais.[154]
A mais caracterizada mudança no perfil econômico da cidade, porém, é o chamado vetor sudoeste, área da cidade que engloba as regiões oeste e centro-sul. A expressão refere-se à tendência do mercado imobiliário (e das empresas em geral) em "levar" o centro da cidade para regiões antes consideradas periféricas, seguindo em geral a direção nordeste-sudoeste, com algumas poucas exceções. Esta tendência pode ser acompanhada desde as primeiras décadas do século XX: partindo da região do Triângulo histórico (núcleo original da cidade), a centralidade socioeconômica da cidade (que difere da centralidade geográfica) passou para a região do Centro Novo (do outro lado do Vale do Anhangabaú), e mais tarde para a região da avenida Paulista. Nas últimas duas décadas, este processo tem levado tal centralidade principalmente para a região das avenidas Faria Lima e Berrini. Fora dessa região, existem também outras áreas como os distritos de Tatuapé e Santana, que também se desenvolveram e tornaram-se centralidades socioeconômicas regionais, funcionando ainda como pólo de comércio, serviços e lazer para outras localidades fora do eixo de desenvolvimento principal do município.[154]
As regiões que permanecem afastadas destas centralidades acabam, na maioria dos casos, servindo como bairros-dormitórios. Isto se deve ao processo de planejamento urbano da cidade ao longo do século XX, que manteve as áreas de habitação popular isoladas das centralidades principais do município.[155]Ao crescimento demográfico estiveram associados processos de especulação imobiliária que aceleraram a ocupação de áreas periféricas com pouca infraestrutura, em alguns casos fomentados pelos próprios programas urbanísticos estatais de habitação popular.[156] Nas últimas décadas, algumas famílias de baixa renda passaram a ocupar irregularmente regiões de mananciais.[157]
A constante mudança da paisagem paulistana devido às alterações tecnológicas de seus edifícios tem sido uma característica marcante da cidade, apontada por estudiosos como Benedito Lima de Toledo. Segundo Toledo, em um período de um século, entre meados de 1870 e 1970 a cidade de São Paulo foi praticamente demolida e reconstruída no mínimo três vezes. Estes três períodos são caracterizados pelos processos construtivos típicos de suas épocas: em um primeiro momento a cidade apresentava-se como um emaranhado de construções em taipa de pilão, situação que perdurou desde o período colonial até as últimas décadas do século XIX. No início do século XX, a cidade foi rapidamente transformada e passou a apresentar-se como uma cidade de alvenaria, importando métodos de construção e arquiteturas europeias. Enfim, com a necessidade de verticalização e expansão e a popularização de avanços tecnológicos, a cidade foi novamente demolida e reconstruída em concreto armado e metal, constituindo parte da paisagem atual. De cada um dos períodos anteriores restam poucos exemplares: algumas poucas residências bandeiristas preservadas e o Museu de Arte Sacra de São Paulo são os únicos resquícios da "cidade de taipa". Da mesma maneira, da "cidade de alvenaria", são preservados ainda edifícios como o da Pinacoteca do Estado.[154]

Planejamento urbano

São Paulo possui um histórico de ações, projetos e planos ligados ao urbanismo e ao planejamento urbano que podem ser traçados até as administrações de Antônio da Silva PradoBarão de DupratWashington Luís e completado por Francisco Prestes Maia. Porém, de uma forma geral, a cidade constituiu-se ao longo do século XX, saltando de vila à metrópole, por meio de uma série de processos informais ou irregulares de expansão urbana. Desta forma, São Paulo difere consideravelmente de cidades brasileiras como Belo Horizonte e Goiânia, cuja expansão inicial seguiu determinações de um plano e de um projeto urbano original, ou de uma cidade como Brasília, cujo plano piloto fora inteiramente desenhado previamente à construção da cidade.[158]
Por outro lado, a sucessão de loteamentos periféricos e dos processos de requalificação e reconstrução de tecidos já consagrados, comuns na cidade ao longo de sua evolução, foi eventualmente acompanhada de planos urbanísticos que tentavam ordenar segundo diretrizes de planejamento a lógica informal própria da constituição da cidade. Se as primeiras intervenções de Prado e Teodoro possuíam caráter pontual, tais planos procuraram, ora setorialmente integrados e ora isolados, a definição de padrões a serem seguidos na produção de novos espaços urbanos e na regulação dos anteriores.[158]
A eficácia histórica de tais planos em cumprir aquilo a que, aparentemente, se propunham, porém, tem sido apontada por alguns planejadores e historiadores diversos como questionável. Por outro lado, outros destes mesmos estudiosos alegam que tais planos foram produzidos visando o benefício exclusivo das camadas mais abastadas da população, enquanto as camadas populares ficariam relegadas aos processos informais tradicionais.[159] Em São Paulo, até meados da década de 1950, os planos apresentados para a cidade ainda possuíam um caráter haussmanniano, ou seja, eram baseados na ideia de "demolir e reconstruir". Podem-se citar planos como os apresentados pelo então prefeito Prestes Maia para o sistema viário paulistano (conhecido como Plano de Avenidas) ou o de Saturnino de Brito para as marginais do rio Tietê.[158]
Em 1968 é proposto o Plano Urbanístico Básico que se desdobraria no Plano Diretor Integrado de Desenvolvimento de São Paulo, desenvolvido durante a gestão de Figueiredo Ferraz. O principal resultado deste plano foi aquilo que ficou conhecido como lei de zoneamento e que vigorou até 2004, quando foi substituída pelo atual Plano Diretor. Naquele zoneamento, aprovado em 1972, notava-se uma clara proteção às chamadas Z1 (zonas cuja definição de uso era exclusivamente residencial e era destinada às elites da cidade) e uma certa indefinição da maior parte da cidade, classificada como Z3 (vagamente regulamentada como "zona mista" mas sem definições mais claras a respeito de suas características). Desta forma, tal zoneamento incentivou o crescimento de bairros periféricos dotados de edifícios de baixo gabarito aliados a processos de especulação imobiliária ao mesmo tempo que valorizava regiões nas quais se permitia construir edifícios altos.[160]

Saúde


Instituto do Câncer, um dos melhores centros especializados da América Latina.[161]
São Paulo é um dos principais polos de saúde na América Latina. Entre seus melhores hospitais estão o israelita Hospital Albert Einstein, classificado como o melhor da América Latina,[162] o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o maior complexo hospitalar latino-americano,[163] o Hospital Sírio-Libanês e o Instituto do Câncer, o maior centro de oncologia da América Latina.[161]
O município é a sede de instituições de todos os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. O setor privado de saúde também é relevante e a grande parte dos melhores hospitais brasileiros está localizada na cidade. Os serviços públicos de saúde são geralmente de responsabilidade do governo municipal e estão espalhados por todo o território municipal, com um total de 770 unidades básicas de saúde (UBS), clínicas ambulatoriais e de emergência, e 17 hospitais. A Secretaria Municipal de Saúde tem 59 mil funcionários, entre eles mais de 8.000 médicos e 12.000 enfermeiros. Em setembro de 2009, a cidade de São Paulo tinha 32.553 ambulatórios, centros e escritórios de profissionais (médicos, dentistas e outros); 217 hospitais, com 32.554 leitos; 137.745 profissionais de saúde, sendo 28.316 médicos.[164]

Mobilidade urbana e acessibilidade

A cidade de São Paulo sofre um problema comum a outras grandes metrópoles mundiais: o grande congestionamento de carros em suas principais vias. O transporte coletivo, no entanto, representa um papel fundamental no dia a dia da metrópole. São Paulo conta com uma imensa estrutura de linhas de ônibus, com uma frota de cerca de quinze mil unidades[165] entre ônibus comuns e articulados (cerca de 10 mil), trólebus (215 veículos) e micro-ônibus (cerca de 5 mil). Em 2003, iniciou-se uma grande reformulação no sistema de transporte público na cidade que reduziu significativamente o grande número de lotações clandestinas, que em sua maioria foram recadastradas e organizadas em cooperativas.[166]

Marginal Tietê, a principal via expressa da cidade.
Na cidade, em média, existe um veículo para cada dois habitantes, totalizando mais de 6 milhões de unidades somente.[167] Além disso, São Paulo possui a terceira maior frota de táxis da América Latina[168] e a maior frota de helicópteros do mundo.[169]
Os trens da CPTM, o Metrô e o sistema de interligação entre eles completam o sistema municipal e estadual de transporte na cidade.
O sistema viário do município é notadamente heterogêneo, especialmente do ponto de vista rodoviário. A cidade é cortada por duas grandes vias que têm papel estruturador, tanto na escala infraurbana quanto na metropolitana: a Marginal Tietê e a Marginal Pinheiros. Estas duas "artérias" são consideradas as principais vias estruturais (ou vias expressas) do município, sendo que, a elas, conectam-se diversas rodovias estaduais e federais, dentre as quais a AnchietaAnhangueraRaposo TavaresDutra (acesso ao Vale do Paraíba e ao Rio de Janeiro), Fernão Dias (acesso a Belo Horizonte), Imigrantes (acesso à Praia Grande),Bandeirantes (acesso à região de Campinas), Castelo Branco e Ayrton Senna (acesso à Guararema). Está em construção o Rodoanel Mário Covas, que permitirá o acesso a vários municípios da região metropolitana de São Paulo.[170]
Com uma frota de 5 392 692 veículos em 2007,[171] estima-se que São Paulo alcançou uma taxa de motorização de 0,454 veículos por habitante, o que corresponde aproximadamente a um veículo para cada dois habitantes. A taxa média no Brasil é de 0,24, o que coloca São Paulo entre os municípios com maior nível de motorização do país, superado só por alguns como São Caetano do Sul (0,739), Curitiba (0,545) e Goiânia (0,512).[172]
O congestionamento de veículos na cidade é recorrente, principalmente, mas não restrito, aos horários de pico. Desde 1996, a prefeitura adota medidas paliativas para amenizar os problemas causados pelo trânsito, como a adoção do Rodízio Municipal, a restrição de estacionamentos (Zona Azul) e de circulação de caminhões e veículos de carga. O recorde de congestionamento da cidade foi o de 266 km, em março de 2008.[173]
Hoje, como medidas para solucionar o problema do trânsito, investe-se a ampliação do metrô, na construção de mais corredores de ônibus, no alargamento da Marginal Tietê e na construção do Rodoanel Metropolitano e existem estudos para uma futura implementação de pedágio urbano.[174]
Em relação ao transporte aéreo a cidade possui dois principais aeroportos: Aeroporto de Congonhas/São Paulo[175], que serve voos domésticos e o Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos[176], localizado na município de Guarulhos, que serve voos domésticos e internacionais, sendo um dos principais aeroportos internacionais do Brasil, além destes aeroportos possui o Aeroporto Campo de Marte[177] que serve para helicópteros e aviões de pequeno porte. Com exceção do aeroporto internacional de Guarulhos, concedido à iniciativa provada pelo governo federal,[178] todos estes centros aeroviários são operados pela estatal Infraero.

Transporte público


Terminal Rodoviário Tietê, o segundo maior terminal rodoviário do mundo.[179]
Os sistemas de transporte público também apresentam certa heterogeneidade e, eventualmente, alguma contraditoriedade. São comuns críticas ao sistema no sentido de que os vários sistemas que o compõem não respondem a uma mesma autoridade de planejamento, o que resultaria em situações paradoxais e duplicação de esforços. Tal fato se deve, primariamente, pelo fato de os dois principais meios de transporte público (o metrô e os ônibus) serem administrados por esferas diferentes: o Metrô de São Paulo,[180] a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM)[181] e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU),[182] são empresas cujo sócio principal é o Estado de São Paulo, enquanto o sistema de ônibus municipais (composto por diversas empresas particulares) responde à São Paulo Transporte (SPTrans), entidade municipal.[183]
Na zona norte da cidade encontra-se o Terminal Rodoviário Tietê, o segundo maior do mundo,[179] que possui linhas de ônibus para diversos municípios paulistas e para muitos outros estados do país, além de linhas para outros países sul-americanos, como ChileArgentinaParaguaiUruguai e Peru.[184][185] É integrado à estação do metrô de mesmo nome.[186] Existem também outros terminais rodoviários, como o Terminal Intermodal da Barra Funda (zona oeste), com destinos para outros estados brasileiros, e o Terminal Intermunicipal Jabaquara (zona sul), com linhas de ônibus para várias cidades do litoral paulista.[184]
A malha metroferroviária da cidade tem 322 quilômetros de extensão, sendo 69 quilômetros de linhas administradas de metrô (34,6 quilômetros inteiramente subterrâneo), com 5 linhas em operação e 55 estações de embarque,[187] e 261 quilômetros de linhas administradas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A CPTM e o Metrô transportam em média 5,9 milhões de pessoas por dia,[188] e algumas linhas subterrâneas que estão sendo construídas vão adicionar ainda mais passageiros ao sistema dentro dos próximos cinco anos. Segundo dados da administração atual espera-se expandir o sistema de trens urbanos de São Paulo dos atuais 322 quilômetros para mais de 500 quilômetros nos próximos 10 anos.[189] O The Metros, principal premiação do setor metroviário no mundo, fez uma conferência no dia 23 de março de 2010, no Reino Unido, que analisou os 70 maiores metropolitanos do mundo, que deu resultado como o de São Paulo o melhor metrô das Américas, superando a dos EUACanadá e México.[190]

Educação e ciência

Ver artigo principal: Educação na cidade de São Paulo

A cidade de São Paulo tem um sistema de ensino primário e secundário, público e privado, e uma variedade de profissionais de escolas técnicas. Com 2 725 estabelecimentos de ensino fundamental2 998 unidades pré-escolares1 199 escolas de nível médio e 146 instituições de nível superior, a rede de ensino da cidade é a mais extensa do país.[191] Ao total, são 2 850 133 matrículas e 153 284 docentes registrados.[191]
O fator "educação" do IDH no município atingiu em 2000 a marca de 0,919 – patamar consideravelmente elevado, em conformidade aos padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)[7] – ao passo que a taxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de 4,9%, superior apenas à porcentagem verificada nas cidades de CuritibaPorto AlegreFlorianópolisRio de JaneiroVitória e Belo Horizonte.[90][91]
Tomando-se por base o relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2007, São Paulo obteve a nona colocação entre as capitais brasileiras[92] e o 1 903º lugar no ranking geral dos municípios.[192] Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2007, três escolasda cidade figuraram entre as 20 melhores do ranking, sendo os colégios VérticeBandeirantes e Móbile os respectivos terceiro, décimo quarto e vigésimo colocados.[93] Contudo e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole em algumas regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor certas barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se em uma das causas preponderantes à evasão ou ao aprendizado carencial.[94]
Contemplado por expressivo número de renomadas instituições de ensino e centros de excelência, São Paulo é o maior polo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 28% da produção científica nacional segundo dados de 2005.[15][193]
No cenário atual, destacam-se importantes universidades públicas e privadas, muitas delas consideradas centros de referência em determinadas áreas. Entre as muitas instituições de ensino superior, podem-se destacar o Instituto Federal de São Paulo (IFSP),[194] aUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP),[195] a Universidade Estadual Paulista (UNESP)[196] e a Universidade de São Paulo (USP),[193] criada em 1934, quando incorporou a histórica Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo de São Francisco. Entre as universidades públicas, a USP é aquela com o maior número de vagas de graduação e de pós-graduação no Brasil, sendo responsável também pela formação do maior número demestres e doutores do mundo,[197] bem como responsável por metade de toda a produção científica do estado de São Paulo e mais de 25% da brasileira.[198] Como o Brasil é responsável por cerca de 2% da produção mundial, pode-se dizer que a USP é responsável por 0,5% das pesquisas do mundo.[197] Instituições filiadas à universidade incluem o Instituto Butantan, pólo de pesquisa biomédica fundado em 1901, e atualmente vinculado à Secretaria de Saúde de São Paulo, fabrica antígenos e vacinas diversos, e é o maior produtor nacional de soros antiofídicos.[199] Centro de renome internacional em pesquisa científica de animais peçonhentos, conta com 14 laboratórios e um núcleo de biotecnologia.[200]
O município também possui universidades particulares de grande reputação nacional e internacional, como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)[201] e a Universidade Presbiteriana Mackenzie,[202] além de diversos institutos de ensino superior e pesquisa em áreas específicas, entre os quais podem ser destacados a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) (engenharia, artes e ciências humanas),[203] a Fundação Getúlio Vargas (FGV) (administração e direito)[204] e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).[205]

Cultura


Grafite dos artistas paulistanos "Os Gêmeos" que ficava no Vale do Anhangabaú.
São Paulo é considerada polo cultural no Brasil, tendo-se consolidado como local de origem de toda uma série de movimentos artísticos e estéticos ao longo da história do século XX. Apesar de tradicionalmente rivalizar com o Rio de Janeiro o status de sede das principais instituições culturais do país, é em São Paulo que existe o maior mercado para a cultura, tendo hoje se consolidado como uma das principais capitais culturais do Brasil e daAmérica Latina.[206]
A cultura da cidade de São Paulo foi largamente influenciada pelos diversos grupos de imigrantes que ali se estabeleceram, principalmente italianos. São Paulo possui uma ampla rede de teatros, casas de show e espetáculo, bares e grandes eventos culturais como a Bienal de São Paulo e a Virada Cultural. Instituições de ensino, museus e galerias de arte não raro empregam superlativos em suas descrições (sedia, por exemplo, a maior universidade pública do país a Universidade de São Paulo - a maior universidade privada - a Universidade Paulista e a maior casa de espetáculos do país, o Credicard Hall).[207]
Na cidade, são celebrados festivais relacionados aos grupos de imigrantes, com os Matsuri (festivais de cultura japonesa). Destes, destacam-se: o Tanabata Matsuri[208] (七夕祭り, "Festival do Tanabata"), relacionado à comemoração do Tanabata, e realizado desde 1979[209], o Nikkey Matsuri[210] (ニッケイ祭り, "Festival do Nikkey"), o Mochitsuki Matsuri[211] (餅つき祭り, "Festa do Mochi Batido") e o Bunka Matsuri[212] (文化祭り, "Festival da Cultura").

Artes cênicas e museus


Museu do Ipiranga, um dos mais visitados da cidade.[213]
Episódios relevantes na história das artes cênicas no Brasil aconteceram na cidade de São Paulo. Verifica-se na cidade tanto um cenário de teatro de vanguarda como de um teatro tradicional. Três instituições revelaram-se importantes na cidade, ao longo do século XX: primeiramente o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC),[214] depois o Teatro de Arena[215] e finalmente o Teatro Oficina.[216]
Por ter feito parte da história política e econômica do Brasil, São Paulo é praticamente um museu a céu aberto, com bairros e edifícios de incalculável valor histórico. A cidade possui uma enorme variedade de museus e galerias de arte, que possuem acervos dos mais variados estilos, da arte sacra a moderna, além de curiosidades sobre ciênciapolítica,religião, entre outros temas. Entre os museus mais famosos da cidade estão Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Museu do Ipiranga, o Museu de Arte Sacra, o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre outras instituições de renome. Também abriga um dos cinco maiores parques zoológicos do mundo, o Parque Zoológico de São Paulo.[217]

Literatura

A literatura na cidade de São Paulo começa com a chegada dos missionários da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como jesuítas, no início do século XVI. Eles escreveram relatórios à coroa portuguesa sobre as terras recém-encontradas e sobre os povos nativos, compondo poesias e músicas para o catecismo. Os padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchietasão considerados os fundadores da capital paulista.[218]
Durante o século XIX a cidade teve grandes nomes da literatura como o escritor Álvares de Azevedo, representante da fase ultrarromântica do Romantismo. Porém, os escritores paulistanos só atingem independência cultural e projeção nacional no início do século XX, com o movimento modernista brasileiro, principalmente após a realização da Semana de Arte Moderna em 1922.[219]
Durante o período modernista surgiram importantes escritores da literatura brasileira como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, responsáveis pela introdução do modernismo no Brasil e produtores de uma extensa e importante obra literáriadramatúrgica e crítica para acultura brasileira.[220] Com o poema urbano "Pauliceia desvairada", Mário de Andrade estabeleceu o movimento modernista no Brasil.[221] O romance Macunaíma, com a sua abundância de folclore brasileiro, representa o ápice da prosa nacionalista no modernismo através da criação de um anti-herói nacional. A poesia experimental de Oswald de Andrade, a prosa de vanguarda, em especial o romance "Serafim Ponte Grande" (1933), e manifestos provocativos que exemplificavam a quebra do movimento com a tradição.[222]Artistas e escritores modernistas escolheram o Teatro Municipal de São Paulo para lançar seu manifesto modernista. O local passou a ser um bastião da cultura europeia com a Ópera e apresentações de música clássica trazidas da AlemanhaFrançaÁustria e Itália. Foi importante para eles escolher o Teatro Municipal como ponto de partida, porque a alta sociedade que frequentava o local negavam suas raízes brasileiras por falar línguas como o francês apenas na casa de ópera. Além disso, os frequentadores se comportavam como se o resto do Brasil, e a própria cultura brasileira, não importasse ou não existisse. Ambos os autores foram influentes escritores da escola modernista: Mário de Andrade e Oswald de Andrade.

Música

A cidade tem uma cena musical fervilhante, com diversas vertentes musicais sendo representadas. No samba, a cidade possui nomes de renome como Adoniran Barbosa, cujos sucessos mais lembrados são Saudosa Maloca e Trem das Onze, e os Demônios da Garoa, grupo de samba da década de 1940 ainda em atividade considerado o "Conjunto Vocal Mais Antigo do Brasil em Atividade".[223]
O município foi o berço de várias bandas de rock nas décadas de 1960, 1970 e 1980, como os Os Mutantes, uma banda de rock psicodélico que liderou o caminho no cenário musical da música experimental, cujo sucesso é por vezes relacionado com o de outros músicos da Tropicália, mas com um estilo musical e ideias próprias.[224] No final do governo militar no início dos anos 1980 a banda Ultraje a Rigor surgiu na cidade. Eles jogaram um estilo simples e irreverente do rock. As letras representavam as mudanças na sociedade e na cultura que não apenas São Paulo, mas em toda a sociedade brasileira.[225]
As cenas pós-punk e garagem tornaram-se fortes na década de 1980, talvez associada com o cenário sombrio de desemprego e de poucas perspectivas reais do ponto de vista da juventude da época. Exemplos de bandas provenientes deste movimento incluem Ira!Titãs,Ratos de Porão e Innocentes. Na década de 1990drum & bass tornou-se um outro movimento musical em São Paulo, com artistas como DJ MarkyDJ PatifeXRS,Drumagick e Fernanda Porto.[226] Muitas bandas de heavy metal também se originaram na cidade, como AngraTorture SquadKorzus e Dr. Sin. Muitas culturas "alternativas" de São Paulo se misturam em um pequeno shopping apelidado de Galeria do Rock, que inclui lojas que atendem a uma ampla gama de nichos alternativos. Em 2011, foi confirmada a versão brasileira do festival Lollapalooza, que será sediada no Jockey Club paulistano nos dias 7 e 8 de abril de 2012.[227][228]
Por seu aspecto urbano, a cidade cada vez mais se renova musicalmente, aceitando os diversos ritmos musicais oriundos de todas as partes do país. São Paulo também é um dos principais centros de música erudita do Brasil, sendo local de nascimento de compositores internacionalmente reconhecidos como Osvaldo Lacerda e Amaral Vieira, e palco durante o ano todo de apresentações de concertos e óperas em suas diversas salas, como a Sala São Paulo, o Teatro Municipal de São Paulo (palco da Semana de Arte Moderna de 1922, considerada marco de início da arte moderna no Brasil), o Teatro São Pedro e o Teatro Alfa. A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) é considerada o melhor conjunto sinfônico da América Latina.[229]
A cidade também é muito influente no movimento hip-hop (breakgrafite e rap), sendo que, no Brasil, os maiores expoentes dessa vertente cultural estão em São Paulo e seu entorno. Também é forte a presença da música eletrônica, com diversas raves e festas, como o Skol Beats,[230] Nokia Trends,[231] Spirit of London, entre outras.[232]

Mídia


Sede do jornal O Estado de S. Paulo, na Marginal do Rio Tietêzona norte da cidade.
São Paulo é um dos principais centros de comunicação do Brasil e da América Latina, por reunir em seu território a sede de vários grandes grupos de comunicação. Dois dos jornais mais influentes do país[233] são publicados na cidade, ambos com reputação internacional: a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo (o jornal mais antigo da cidade ainda em circulação).[234] A Folha de S. Paulo é um dos jornais mais lidos e reconhecidos no país, sendo o segundo maior jornal de circulação do Brasil, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC), com uma circulação média diária de 294 498 exemplares, em 2010.[235] Outros importantes jornais são o Diário de São PauloAgora São Paulo e o Jornal da Tarde.
No campo da televisão, a cidade foi pioneira com a criação da primeira emissora do país, aTV Tupi, pelo empresário Assis Chateaubriand, em setembro de 1950.[236] Desde então, várias outras emissoras desenvolveram-se na cidade e ganharam projeção nacional, como foi o caso do SBT,[237] da Rede Bandeirantes (pertencente ao Grupo Bandeirantes),[238]Rede Record,[239] Rede Gazeta,[240] RedeTV![241] e a TV Globo São Paulo (antiga TV Paulista),[242] todas com sede na região metropolitana de São Paulo.
A cidade também foi pioneira em publicidade, sendo que nela foi instalada a primeira agência de publicidade do país, chamada "A Eclética", em 1914. Atualmente, o município é um grande centro publicitário nacional e internacional.[243] São Paulo também concentra um grande número de editoras que produzem algumas das principais publicações do Brasil. Entre elas destaca-se a Editora Abril, que publica atualmente 54 títulos, com circulação de 188,5 milhões de exemplares, em um universo de quase 28 milhões de leitores e 4,1 milhões de assinaturas, sendo a maior do segmento na América Latina.[244] Entre as principais publicações da editora está a Revista Veja, a revista com maior tiragem do país.[245]

Esportes

A cidade sedia eventos esportivos de importância nacional e internacional, como o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, realizado no Autódromo de Interlagos, o São Paulo Indy 300, evento que faz parte da IndyCar Series e é realizado no Circuito Anhembi,[246][247] e o Aberto de São Paulo de Tênis, realizado no Complexo de Tênis do Parque Villa-Lobos. Também realiza-se na cidade a tradicional Corrida de São Silvestre, prova pedestre disputada desde 1925, todo dia 31 de dezembro, pelas ruas do centro. Entre as corridas de rua tradicionais, destacam-se, também, as provas São Paulo Classic, com cerca de 12 mil participantes[248] e Run Américas com 25 mil participantes em São Paulo num evento que acontece simultaneamente em diversas cidades da América Latina: São Paulo, Lima,CaracasBogotáCidade do MéxicoSantiago e Buenos Aires num evento que no total reúne 120 mil pessoas nessas 9 cidades.[249]
São Paulo recebeu jogos da Copa do Mundo FIFA de 1950,[250] foi sede de Jogos Pan-Americanos de 1963[251] e foi uma das sedes do Mundial Interclubes de 2000.[252] Também foi sede do Campeonato Mundial de Basquetebol Feminino de 1983 e 2006, de Vôlei Feminino em 1994, de uma das etapas do Concurso Mundial de Saltos da FEI (Federação Equestre Internacional) em 2007 e será cidade-sede dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014.[253]
A cidade conta também com um Jockey Club, onde a primeira corrida aconteceu em 29 de outubro de 1876, no Hipódromo da Moóca, na rua Bresser. Com dois cavalos inscritos na primeira corrida, Macaco e Republicano, inauguraram as raias instaladas nas colinas da Moóca  Republicano era o favorito, mas Macaco levou o Primeiro Prêmio da Província.[254]
O município é sede de três grandes clubes brasileiros de futebol: CorinthiansPalmeiras(fundado por italianos) e São Paulo FC. Além do chamado "Trio de Ferro", ainda conta com outras agremiações futebolísticas, como a Portuguesa de Desportos, o Juventus e oNacional.[255]
A cidade conta com cinco grandes estádios:
Além destes, conta com estádio menores como o Estádio Conde Rodolfo Crespi - popularmente conhecido como Estádio da Rua Javari - (do Clube Atlético Juventus), o Estádio Nicolau Alayon (do Nacional) e o Parque São Jorge (do Corinthians). Conta também com diversos ginásios de vôlei e basquete (Ibirapuera, Esporte Clube Pinheiros, Clube Hebraica e Paulistano), quadras de tênis, e muitas outras arenas esportivas, como o Estádio do Ibirapuera, destinado principalmente ao atletismo.[258]

Panorama do interior do Estádio do Pacaembu.

Panorama do interior do Estádio do Morumbi.

http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_(cidade)

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