Terra Santa
A Terra
Santa é o nome da antiga
terra dos israelitas, hoje incluindo Israel, Cisjordânia (hoje sob ocupação israelita) e
partes da Jordânia. A maioria dos acontecimentos bíblicos
aconteceram na Terra Santa, que, segundo a Bíblia, teria
sido prometida ao povo Judeu no Antigo
Testamento. Vários pontos podem ser visitados na Terra
Santa, entre eles Gólgota, Basílica de Santo Sepulcro e o tradicional Rio
Jordão, (onde João Batista batizou Jesus).
Belém (Cisjordânia)
Belém (em árabe بيت لحم, transl. Bayt Laḥm, lit. "Casa do Pão"; em hebraico: בית לחם, transl. Beit Lehem, lit. "Casa do Pão"; em grego : Βηϑλεέμ, transl. Bethlehém; em latim: Bethlehem) é uma cidade palestina localizada na parte central da Cisjordânia, com uma população de cerca de 30.000 pessoas. É a capital da província de Belém, nos Territórios Palestinos, e um centro de cultura e turismo no país.[3][4] Localiza-se a cerca de 10 quilômetros ao sul de Jerusalém, a uma altitude de 765 metros acima do nível do mar. Belém fica próxima às cidades de Beit Jala e Beit Sahour, assim como dos campos de refugiados de 'Aida e Azza.
Belém é, para a maior parte dos cristãos, o local onde nasceu Jesus de Nazaré. A cidade é habitada por uma das mais
antigas comunidades cristãs do mundo, embora seu tamanho tenha se reduzido nos
últimos anos, devido à emigração.[5]
A cidade também é a terra natal do rei Davi,
e o local onde ele foi coroado rei de Israel. Foi saqueada pelos
samaritanos em 529
d.C., durante sua revolta, porém foi reconstruída pelo imperador bizantino Justiniano II. Belém foi conquistada pelo califado árabe de Omar (Umar ibn al-Khattāb), em 637,
que garantiu a segurança para os santuários religiosos da cidade. Em 1099 os cruzados capturaram
e fortificaram Belém, e trocaram o seu clero, ortodoxo grego, por outro, latino; estes, no entanto, foram expulsos
depois que a cidade foi capturada por Saladino, sultão do Egito e da Síria. Com a chegada dos mamelucos, em 1250,
as muralhas da
cidade foram destruídas, sendo reconstruídas apenas durante o domínio do Império Otomano.[6]
Os otomanos perderam
a cidade para os britânicos durante
a Primeira Guerra
Mundial, e ela foi incluída numa zona internacional sob o Plano de Partilha das Nações Unidas para a Palestina.
A Jordânia ocupou
a cidade durante a guerra
israelo-árabe de 1948, ocupação esta seguida pela de Israel, durante a Guerra dos Seis Dias,
em 1967.
Atualmente, Belém é uma cidade estrangulada pelo muro de segurança israelense.
Israel controla as entradas e saídas de Belém, embora a administração cotidiana
esteja sob a supervisão da Autoridade
Nacional Palestina desde 1995,
após a realização dos acordos de paz de
Oslo.[6]
História
Os primeiros assentamentos, no local onde está a
cidade de Belém, datam 3000 a.C. .
Em todo o território hoje
constituído por Israel e Palestina se
assentaram tribos cananéias, sendo as principais as dos: jebuseus, hititas e amaritas,
que construíram pequenas cidades, cercadas por muralhas que as protegiam. Uma
destas cidades foi Beit Lahama,
em homenagem a Lahm, deus caldeu da
fertilidade, que foi adotado pelos cananeus com o nome de Laham, a quem construíram um
templo, localizado no atual Monte
da Natividade, voltado para os vales férteis da região, depois chamados Campo dos Pastores.
Em 1350 a.C. um governador egípcio da região
menciona a cidade de Belém, em carta ao faraó Amenhotep III, como importante ponto de
repouso para os viajantes. Por ser ponto estratégico, os filisteus aí
mantinham uma de suas divisões militares, impondo sua hegemonia em 1200 a.C., passando a se miscigenar am com os
cananeus. A disputa por terras entre filisteus e israelitas foram causa de
numerosas guerras.
Os gregos ocuparam a Terra
Santa por mais de
um século, até a chegada dos romanos,
em 63 a.C. Após
o ano 313,
o imperador Constantino iniciou a construção de várias
igrejas, das quais se destaca a Basílica da
Natividade, sobre a gruta onde Jesus nascera.
Belém passou a ser então importante centro de vida monástica.
Em 395,
com a divisão do Império Romano, passou a integrar a parte oriental.
Na Bíblia
Belém foi identificada com a antiga Efrata, já citada na Bíblia (Gn 35,
16; 48, 27; Rt 4,
11), e é chamada de Belém
Efrata no Livro de Miquéias (5, 2). Localizada na zona montanhosa
de Judá, a cidade também era designada como Belém de Judá (Jz 17,7; Mt 2,5; Sam 17, 12), possivelmente para distingui-la de
Belém de Zebulom (Js 19,15),
e "a cidade de Davi"
(Lc 2, 4).
A cidade é mencionada pela primeira vez no Tanakh e na Bíblia como
a cidade mais próxima ao local onde a matriarca abraâmica Raquel teria
morrido, sendo então enterrada "no caminho de Efrata, que é Belém"
(Gen. 48, 7)[18] O Túmulo
de Raquel, segundo a tradição, encontra-se na entrada da cidade. De
acordo com o Livro de Rute, o vale a leste da cidade é onde Rute de Moabe respigou os campos e retornou à cidade
com Naomi.
Belém é também tida tradicionalmente como a terra natal de Davi,
o segundo rei de Israel, e o lugar onde ele foi coroado por Samuel (Sam
16, 4-13), e foi no poço da cidade que três de seus guerreiros pegaram a água
levada a ele, quando teve se esconder na caverna de Adulão. (Sam 23, 13-17) Ocupada, por algum
tempo, pelos filisteus, foi fortificada por Roboão e
repovoada quando da volta do Exílio.
Belém é mencionada também por ser o local de
nascimento de Jesus Cristo (Mt 2, 1-6; Lc 2, 4-15; Jo 7, 42), cumprindo-se, então a profecia messiânica:
"E tu Belém, terra de Judá,
não és de modo nenhum o menor dentre os principais lugares de Judá. Porque é de
ti que há de sair o Chefe, que há de pastorear o meu povo, Israel" (Mq 5,2).
Nascimento de Jesus
Dois relatos do Novo Testamento descrevem Jesus como tendo nascido em Belém. De acordo
com o Evangelho de São
Lucas (2, 4), os pais
de Jesus viviam em Nazaré, porém viajaram para Belém para o censo
de 6 d.C., e Jesus teria nascido ali antes que a família voltasse
para Nazaré.
O relato do Evangelho de São
Mateus insinua que a
família já vivia em Belém quando Jesus nasceu, e posteriormente se mudou para
Nazaré (Mat 2, 1-23).[19] Mateus
ainda relata que Herodes, o Grande,
ao receber a notícia de que um "Rei dos Judeus" acabara de nascer em
Belém, ordenou que todas as crianças com dois anos ou menos na cidade e nas
redondezas fossem mortas. O pai terreno de Jesus, José, é alertado sobre isto num sonho, e foge
com sua família para o Egito,
retornando apenas depois da morte de Herodes. Ao receber outro aviso, em outro
sonho, no entanto, José foge novamente com sua família, desta vez para a Galileia, para viver em Nazaré.
Os primeiros cristãos interpretaram um dos versos do Livro de Miqueias (Miq 5, 2) como uma profecia do
nascimento do Messias em
Belém.[20] Muitos
estudiosos modernos questionam se Jesus teria nascido realmente em Belém,
sugerindo que os diferentes relatos dos Evangelhos teriam
sido inventados para apresentar o seu nascimento como a realização desta
profecia, implicando assim uma ligação com a linhagem do rei
Davi.[21][22][23][24] O Evangelho de São
Marcos e o Evangelho de São
João não incluem
relatos sobre o nascimento de Jesus, ou qualquer indício de que ele tenha
nascido em Belém, referindo-se a ele apenas como sendo de Nazaré.[25] Num
artigo escrito em 2005 para a revista Archaeology,
o arqueólogo israelense Aviram Oshri indicou a ausência de evidências de
habitações na área durante o período em que Jesus teria nascido.[26]
A antiguidade da tradição do nascimento de Jesus
em Belém é atestada pelo apologista cristão Justino, o Mártir,
que declarou em seu Diálogo com Trifão (circa 155-161)
que a Sagrada Família teria se refugiado numa caverna nos
arredores da cidade.[27] Orígenes de
Alexandria, escrevendo por volta do ano 247,
referiu-se a uma caverna na cidade de Belém, que os habitantes locais
acreditavam ser o local de nascimento de Jesus.[28] Esta
caverna poderia ser uma que foi anteriormente local destinado ao culto de Tammuz.[29]
A estrela de prata marca o
local onde Jesus teria
nascido de acordo com a tradição cristã.
Períodos romano e bizantino
Entre 132 e 135 a cidade foi ocupada pelos romanos, após ser capturada durante a Revolta de Bar Kokhba; seus habitantes judeus foram expulsos por ordens do imperador Adriano.[30]Ainda durante o domínio romano da cidade, foi construído um templo ao deus grego Adônis, no local onde teria ocorrido a Natividade. Uma igreja foi construída no local em 326, quando Helena, mãe do primeiro imperador bizantino, Constantino, visitou Belém.[6]
Durante a revolta samaritana de 529,
Belém foi saqueada, e suas muralhas, assim como a Basílica da Natividade, foram
destruídas, sendo reconstruídas por ordem do imperador Justiniano. Em 614 o Império Sassânida invadiu a Palestina e
capturou a cidade. Uma história ocorrida na época, descrita por fontes posteriores,
afirma que os invasores se abstiveram de destruir a igreja ao ver os Reis Magos pintados
com vestimentas persas num
dos mosaicos.[6]
Vista da Basílica da Natividade em 1833, pintura de M. N.
Vorobiev.
Basílica
da Natividade
A Basílica da Natividade (em árabe: كنيسة المهد),
também conhecida como Igreja da Natividade, localizada em Belém,
na Palestina, é uma das
mais antigas igrejas ainda em uso no mundo.
Sua estrutura foi construída sobre uma caverna que a tradição cristã marca como o local
de nascimento de Jesus.
O local é considerado sagrado tanto
para o cristianismo como para o islamismo.
Sua construção data do ano de 326, quando teria sido ordenada por santa Helena, mãe do imperador romano Constantino. Não se
tem muita certeza de que a igreja é o local onde Jesus Cristo nasceu, mas sabe-se que
a igreja foi disputada ao longo dos anos. Atualmente ela pertence a Igreja Ortodoxa Oriental, a Igreja Armênia e à Igreja Católica.
Em 2012 foi classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, não sem grande polemica.
Basílica da Natividade em Belém, Palestina
Interior da Basílica da Natividade.
A Basílica da Natividade
A atual Basílica da Natividade foi construída pelo Imperador Justiniano (527-565), sobre o sítio da basílica anterior (do século IV), erigida por Constantino, que havia sido muito danificada em 529 durante a revolta dos samaritanos.
A Basílica é dedicada à Sagrada Mãe de Deus (Theotokos).
O sítio tradicional da Natividade é venerado na gruta sob o coro.
Durante o reino cruzado, quando a região de Jerusalém estava sob seu domínio (1099-1187), a Basílica da Natividade em Belém era usada para as cerimônias de investidura real.
O traçado do edifício é o de uma basílica clássica, com um nártex, uma nave central, quatro naves laterais (duas de cada lado), coro, transeptos e abside.
A orientação é leste-oeste, com a abside e o santuário voltados para o leste. Monumentais escadarias, de ambos os lados do coro, conduzem à Gruta da Natividade, em baixo.
Portas situadas no lado meridional da Basílica conduzem aos mosteiros grego e armênio, adjacentes; e portas do lado setentrional ligam à igreja franciscana (católico-romana) de S. Catarina de Alexandria.
A entrada principal da basílica está no lado ocidental. Duas das portas originais do século VII foram emparedadas.
O portão setentrional é disfarçado por um botaréu; e o meridional, por um muro do mosteiro armênio vizinho. A porta central remanescente foi reduzida várias vezes e a entrada atual tem apenas
O restante da basílica é, arquitetonicamente, como era no tempo de sua construção, embora muito pouco tenha sobrado da decoração original ou medieval. Fragmentos do mosaico bizantino do século XII podem ser vistos ainda nas paredes superiores da nave central. Traços da decoração do tempo dos cruzados são visíveis também, nos pilares que separam as naves laterais, no corpo principal da igreja.
As porções superiores destes pilares são pintadas com imagens de vários santos das igrejas ocidentais e orientais (como S. Sabá, S. Eutímio, S. Olavo da Noruega, S. Canudo da Dinamarca e S. Catal da Irlanda).
O telhado da basílica data do século XIV.
Desde o tempo dos cruzados, partes da igreja tornaram-se possessão das comunidades greco-ortodoxa, armênio-ortodoxa e católico-romana.
Os direitos, privilégios e posses destas comunidades estão protegidos pelo Status Quo dos Lugares Santos (1852), conforme está garantido no artigo LXII do Tratado de Berlim (1878).
O corpo principal da basílica, que inclui a nave central, as naves laterais, o katholicon (coro e santuário), o transepto meridional e o altar da Natividade na Gruta são possessão dos greco-ortodoxos.
Os armênio-ortodoxos possuem o transepto setentrional e o altar que nele se encontra. Eles têm ainda uso, ocasionalmente, do altar greco-ortodoxo na Gruta.
Os latinos (católico-romanos) têm possessão exclusiva do Altar de Adoração dos Magos na área da Gruta da Natividade conhecida como a "Gruta da Manjedoura". Os latinos possuem ainda a estrela de prata sob o Altar da Natividade adjacente, que ostenta a inscrição
"Hic de Virgine Maria Jesus Christus Natus Est".
Tanto os armênios como os latinos têm direitos de passagem e procissão na nave central.
http://www.mfa.gov.il/MFAPR/Facts%20About%20Israel/Belem-%20A%20Bailica%20da%20Natividade
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