Cientistas vão mapear riscos do
aquecimento global para dez cidades ...
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Autor:LuanaLourenço
Fonte: Agência Brasil
MEIO AMBIENTE
Cientistas vão mapear riscos do aquecimento global para dez
cidades brasileiras.
Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
Mudanças Climáticas (INTC-MC) vão mapear as vulnerabilidades de dez megacidades
brasileiras diante dos impactos das mudanças climáticas. De acordo com o
coordenador do instituto, Carlos Nobre, a finalidade é identificar os problemas
para direcionar as políticas públicas de adaptação das cidades e facilitar o
cálculo do custo do aquecimento global para a economia brasileira.
Os mapas deverão indicar as fragilidades dos centros urbanos
diante de impactos do aquecimento global ligados à saúde como o aumento ou
surgimento de novas doenças e a situação das zonas costeiras, que perderão área
com a elevação do nível do mar. Além disso serão abordadas as áreas de ecologia
urbana, recursos hídricos e desastres naturais, como as cheias e secas extremas
que têm atingido o país nos últimos meses.
Com investimento inicial de cerca de R$1 milhão, o diagnóstico
vai começar pelas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, e os primeiros
resultados serão divulgados em março de 2010. Os estudos para Porto Alegre,
Curitiba, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Belém ainda
dependem de recursos, que estão sendo negociados com o Ministério do Meio
Ambiente, segundo Nobre.
Os mapas serão mais qualitativos do que quantitativos, de acordo
com o pesquisador, inclusive pela falta de estudos específicos sobre as cidades
para subsidiar o levantamento. “Por exemplo, para detalhar com mais precisão os
impactos do aumento do nível do mar no Rio de Janeiro seriam necessários mapas
topográficos com resolução de 1 e 2 centímetros , os atuais têm resolução de meio
metro [50 centímetros]”, citou.
“É uma maneira de achar um atalho mais rápido para implementar
medidas que são urgentes. É importante ter um primeiro mapa para mostrar a
direção aos tomadores de decisão”, acrescentou Nobre, que também é pesquisador
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e secretário-executivo da
Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima).
Os resultados poderão subsidiar políticas de governo locais e
nacionais de investimentos em adaptação para os impactos do aquecimento global,
inclusive o Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas.
Apesar da preocupação com as cidades, Carlos Nobre argumentou
que não se pode desviar o foco do debate sobre mudanças climáticas no Brasil
decorrentes do desmatamento da Amazônia, principal fonte de emissões de gases
de efeito estufa do país.
“Reduzindo as
emissões nas cidades não vamos reduzir significativamente emissões brasileiras.
A ênfase na redução de emissões nas cidades não pode ser maior que a ênfase na
redução do desmatamento. As cidades têm que ter relacionamento muito forte com
emissões de desmatamento e de agricultura”, ponderou.
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