Diferença
de idade no amor
*Entrevista com Dra Olga
Inês Tessari
*o texto está registrado de
acordo com a Lei de Direitos Autorais
Que o fato de ‘trocar a companheira de 40 por
duas garotas de 20’
não é mais um comportamento exclusivo ao universo masculino não é novidade para
ninguém.
Cada vez mais, as mulheres têm se convertido aos encantos dos garotões
e investido neste tipo de relacionamento.
A novidade é que, apesar do
preconceito com que ainda são vistas, várias das uniões do tipo
‘ela-mais-velha-que-ele’ estão dando muito mais certo do poderia prever
qualquer estatística.
“Vai acabar de criar?”, “Você sabe o que está
fazendo?”,
“Ele nem tem profissão ainda!” eram as frases mais ouvidas por
Simone de Oliveira Silva, 40, quando assumiu seu namoro com Flávio Gomes da
Silva, seis anos mais novo.
Nada mais natural, afinal, na época ele tinha
apenas 16 anos, enquanto ela já era uma mulher de 22. Em razão da amizade
mantida por seus pais, os dois cresceram juntos, mas, para Simone, Flávio não
passava de “um moleque travesso que corria por entre as pernas dos adultos”.
O
tempo foi passando, o “moleque” cresceu e a distância no número do RG passou a
não ter a mínima importância.
“Começamos a desenvolver uma amizade bem legal,
que acabou se transformando em namoro e depois casamento”, relembra.
Após 13 anos
de casamento e duas filhas, a união deles pode ser considerada mais estável do
que muitos casamentos convencionais, que não ultrapassam dois anos.
O segredo, segundo Simone, é ter consciência de
que existe uma diferença que deve ser respeitada. Ela garante que a
insegurança, grande vilã de uniões etariamente assimétricas, não tem vez no
dia-a-dia do casal.
“A insegurança no relacionamento surge se você não está
segura consigo mesma.
Sei quem sou, como sou e o que tenho a oferecer”,
argumenta.
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta, Dr. Olga Inês Tessari,
esta autoconfiança é essencial para um relacionamento sadio.
“Quando a
auto-estima de ambos é elevada e eles não deixam as opiniões alheias
interferirem no relacionamento, a troca de experiências é bastante rica e
diversificada”, afirma.
A mulher que se casa com um parceiro mais novo,
na visão da especialista, está em busca do bom humor, das aventuras e dos
desafios característicos da juventude.
E foi justamente o frescor da
jovialidade de Leonardo Lima, 22, que atraiu a atenção da psicóloga Lilian
Vieira, 31.
“Sou uma pessoa muito séria e preciso um pouco da jovialidade da
idade mais nova.
Às vezes, uma pessoa mais jovem acaba vendo as coisas com um
olhar que você já nem se permite mais”, observa.
Em contrapartida, Lilian aproveita a maturidade
que os nove anos a mais lhe conferem para dar alguns conselhos ao marido.
“Como
já passei por algumas situações que ele está passando, sei mais ou menos o que
vai acontecer e alerto: evite este erro, não vá por esse caminho, pense duas
vezes”, diz.
De qualquer maneira, ela assegura que, embora tenham nascido a
quase uma década de distância, nunca tiveram problemas em função da diferença
cronológica.
“O que importa não é a idade, mas a maturidade.
A gente vê tantos
quarentões com idéias tão infantis!”, compara.
Dra. Olga Tessari ensina a lidar com as possíveis críticas dos
amigos e familiares:
“Pessoas próximas, familiares e amigos
acreditam saber o que é o melhor para nós, embora nem sempre o que é melhor
para estas pessoas, seja para os outros.
Se um determinado membro da família
considera não ser bom se relacionar com uma pessoa muito mais jovem, ele vai
pensar que também não deverá ser bom para o outro.
Mas a situação pode mudar se
você levar a pessoa amada a uma convivência mais próxima, para que todos a
conheçam melhor.
Em geral, o que não é comum causa estranhamento
e o fato de conhecer mais a fundo a pessoa mais jovem pode acabar com o
problema.
Caso exista resistência por parte da família e/ou amigos em aceitar a
pessoa mais jovem, é importante fazer-se respeitar pela sua escolha, procurando
mudar de assunto quando as pessoas começarem o seu discurso crítico ou mesmo
dizendo que você respeita a opinião delas, mas sua escolha já foi feita e você
está pronta para arcar com conseqüências que possam advir.
Nada de ficar batendo boca ou agindo com
rebeldia, algo que não leva a lugar nenhum, apenas a mais conflitos e
resistência das pessoas em aceitar o diferente!”
http://www.olgatessari.com/id399.htm
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